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quarta-feira, 17 de abril de 2013

O PERIGO DO LÍTIO NAS ÁGUAS E A SAÚDE HUMANA

FONTE: https://sites.google.com/site/litiotmffup/toxicidade

Toxicidade

Há uma preocupação crescente sobre a saúde e segurança de trabalhadores e sobre o impacto ambiental.
        A Australia Inventory of Chemical Substances,classificou o lítio metálico como saudável, fisioquímico e/ou perigo ecotoxicológico, de acordo com National Occupational Health and Safety Commission (NOHSC).
        Lítio, alumínio hidratado de lítio e metanolato de lítio são classificados como substâncias perigosas. Os sais de lítio não são muito tóxicos, excepto para os hidratos de lítio altamente corrosivos e irritantes, tetrahidroaluminato de lítio (LiAlH4), tetrahidroborato de lítio (LiBH4).
        Espodoménio, o  mineral de lítio mais extraído, por todo o mundo, é um silicato de alumínio; aqui o lítio é altamente ligado à estrutura cristalina, não constituindo, por si só, um problema toxicológico. No entanto, quando o espoduménio sofre crushing, gera pó rico em sílica, o qual é um perigo para a saúde e segurança.
        No que diz respeito à ingestão oral, o lítio metálico é moderadamente tóxico, no entanto, a tolerância física varia entre indivíduos. O primeiro órgão alvo para a toxicidade do lítio é o SNC, sendo então o lítio utilizado na terapêutica, nas proteínas transportadoras da membrana, no tratamento de uma depressão maníaca.
        Em doses terapêuticas, surgem danos no SNC e nos rins
        O lítio não tem um uso biológico conhecido e não parece ser um elemento essencial à vida.
        A quantidade de lítio no corpo humano é de, aproximadamente, 7mg. O lítio é absorvido a partir do tracto gastrintestinal e excretado, primariamente, pelos rins, após, aproximadamente, 24h.
        As concentrações séricas do lítio atingem um pico cerca de 30 min. após a ingestão oral, seguido de um plateau de 12-24h. Os iões do lítio atravessam a membrana celular, lentamente; isto pode contar não só para a prolongada excreção do lítio mas também para os 6-10 dias necessários para atingir a resposta terapêutica completa, em humanos.
        Embora o lítio não seja um elemento essencial, pode influenciar o metabolismo.
        De acordo com Schrauzer, a média diária de ingestão de lítio para um adulto de 70 Kg é entre 0.65 e 3.1 mg/dia. As maiores fontes de lítio na dieta são grãos e vegetais (0.5–3.4mg Li/kg comida), produtos diários (0.50mg Li/kg comida) e carne (0.012mg Li/kg comida). A quantidade mínima indicada de ingestão de Lítio para um humano adulto (fisiológica) estima-se ser menos de 0.1 mg/dia.
        Os níveis de lítio podem ser maiores após esforço físico, em certas doenças e em pacientes em diálise. As necessidades especiais para crianças, adolescentes e mães a amamentar precisam ser consideradas.
         O lítio tem imensas aplicações industriais.
        Embora seja possível, nunca foi relatado qualquer intoxicação  profissional. A fonte mais comum de exposição ao lítio e também com consequências toxicológicas é o seu uso intensivo em medicina, no seguimento da descoberta das propriedades psicotrópicas do lítio.
        Os sais de lítio, especialmente o carbonato de lítio (Li2CO3) e o acetato de lítio (LiCH3COO)  são extensivamente usados no tratamento de desordens maniaco-depressivas.
        O lítio foi introduzido, pela primeira vez, na profissão médica, em meados de 1800, como cura para muitas doenças comuns. Os profissionais de medicina têm sido conhecedores e cautelosos acerca da toxicidade do lítio. De facto, em 1949, o lítio foi banido nos EU devido è excessiva toxicidade e não obteve a aprovação da FDA para o tratamento da mania, até 1970. Outros usos terapêuticos antes do trabalho de Cade foram descritos para os sais de lítio e o efeito no desenvolvimento embrionário tem sido reconhecido desde há 100 anos.
O lítio afecta também o metabolismo, comunicação neuronal e a proliferação celular numa diversidade de organismos.
        O uso não vigiado e indiscriminado de carbonato de lítio pode produzir determinados sintomas tóxicos nos sistemas neuromuscular, cardiovascular e gastrintestinal, assim como danos renais mais sérios, podendo causar a morte.
        O nível sérico de lítio, sob tratamento terapêutico, não deve exceder os 11,1mg/L e deve ser cuidadosamente monitorizado. Não obstante, pacientes sob tratamento podem vir a sofrer efeitos neurotóxicos, a longo-prazo, mesmo com concentrações normais.
        O litio tem numerosos efeitos em humanos e outros organismos. Níveis terapêuticos de lítio são capazes de inibir o funcionamento de múltiplas enzimas no corpo. O lítio, como medicamento, tem múltiplos efeitos no desenvolvimento embriogénico, na síntese de glicogénio, hematopoiese e outros processos.
        O lítio é o fármaco de eleição no tratamento de desordem bipolar recorrente há mais de 50 anos e ganhou popularidade como opção farmacológica no tratamento de outras condições psiquiátricas.
       A importância clínica do Lítio existe em 2 níveis:
  • a janela terapêutica entre a dose efectiva e toxicidade é estreita, efeitos adversos são comuns mesmo dentro da dose terapêutica e um número significativo de doentes não responde;
  • pouco se sabe acerca da patogénese da desordem bipolar e outras desordens de humor; logo, a identificação do alvo molecular do lítio pode esclarecer acerca de causas e origens desta desordem.
        A combinação do crescente uso do lítio e a sua extremamente estreita janela terapêutica aumentam o potencial para uma toxicidade aumentada. Uma grande maioria dos pacientes (75–90%) sob terapia com lítio para desordem bipolar torna-se intoxicada no curso do tratamento. Distúrbios gastrintestinais, edema e tremor são efeitos laterais comuns. 
      
        O carbonato de Lítio é aplicado, em psiquiatria, em doses próximas do nível máximo. Uma dose letal, em humanos, é de 5g de LiCl.


        
        

        Os sais de lítio induzem
 sintomas toxicológicos renais (glomérulo esclerótico e dano tubular).
        A incapacidade do nefrónio em concentrar urina durante o tratamento com lítio está correlacionada com a ocorrência de mudanças histológicas. 
     O lítio também produz muitas alterações metabólicas. Em termos de metabolismo mineral, o lítio compete com o sódio, o potássio, o magnésio e o cálcio e desloca-os do espaço intracelular.
CURIOSIDADES:
  • Países em que a água bebível contém pouco ou nenhum lítio tem um nível mais elevado de crimes, suicídios e detenções policiais por toxicodependência do que aqueles em que os níveis de lítio na água bebível se situam no intervalo 0.07–0.170 mg/L
  •  Várias tentativas de suicídio por uso de carbonato de lítio tem sido relatadas.
  • O tremor da mão pode ser um potencial indicador de overdose
PROPRIEDADES

Propriedades:  -   Li - Metal Alcalino

O lítio é o 27º elemento mais abundante na crosta terrestre. Os minerais de lítio com maior valor comercial são classificados em 3 grandes grupos:
a) silicatos (espoduménio—LiAlSi2O6, petalite—LiAlSi4O10);    b) micas (lepidolite—K[Li,Al]3[Al, Si]4O10[F,OH]2, zinnwaldite—K[Li,Al,Fe]3[Al,Si]4O10[F,OH]2;   c) fosfatos (principalmente, ambligonite—[Li, Na]Al[F, OH]PO4).
O maior mineral de lítio é o espoduménio, o qual é considerado insolúvel em água e ácidos diluídos.
 Os minerais de lítio são extraídos em vários locais, por todo o mundo, como Manona—Zaire, Bikita—Zimbabwe, Greenbushes— Western Australia, La Corne e Bernic Lake—Canada, Kola Peninsula—Russia e Altai Mountains—China, para fazer vários produtos minerais do lítio.
O processamento dos minerais contendo lítio, geralmente, compreendem crushing, moagem a húmido num moinho de esfera, dimensionamento, concentração por gravidade e flutuação usando ácidos gordos (ácido oleico) como colector. Os restos são descarregados para áreas de armazenamento e a água decantada é geralmente recuperada para reutilização.
O lítio também pode ser encontrado em salmouras (Salar de Atacama—Chile, Salar de Hombre Muerto e Salar de Rincon—Argentina, e Searle’s Lake e Clayton Valley mos EUA) e lagos (Great Salt Lake, EUA; Zabuye Lake, Tibete; Dachaidan, Qinghai—China e Mar Morto, Israel). O conteúdo em lítio varia de 20mg/L no mar morto a 1500mg/L no Salar de Atacama.

Efeitos Adversos

Os efeitos indesejáveis estão relacionados com as concentrações séricas de lítio e são frequentes a concentrações superiores a 1,0 mmol/L.  As reacções adversas geralmente cedem a uma redução temporária ou à descontinuação do tratamento.




Contra-Indicações

A administração de Lítio está contra-indicada em diferentes situações:
Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes
Insuficiência renal significativa
Insuficiência cardíaca
Doença de Addison
Aleitamento
Gravidez:
O tratamento com lítio não deve ser administrado a mulheres grávidas, especialmente durante o primeiro trimestre de gravidez, a não ser que seja considerado essencial, pois pode ser prejudicial para o feto. Foram reportadas aumento de mal-formações cardíacas e outras, especialmente a de Ebstein. Assim, é particularmente recomendado fazer um diagnóstico pré-natal como por exemplo um exame ultra-sónico.
No caso de ser necessário manter o tratamento com lítio durante a gravidez deverá monitorizar-se frequentemente as concentrações séricas de lítio visto a função renal mudar gradualmente durante a gravidez e, subitamente, durante o parto. É necessário fazer ajuste de dose. Recomenda-se descontinuar o tratamento com lítio antes do parto e só o recomeçar alguns dias pós-parto.
Os recém-nascidos podem apresentar sintomas de intoxicação por lítio necessitando de terapia de hidratação durante o período neonatal. Os recém-nascidos com concentrações séricas de lítio baixas podem ter uma aparência flácida que volta ao normal sem qualquer tratamento.
Mulheres em idade fértil:
É conveniente que as mulheres sob tratamento com lítio adoptem métodos contraceptivos adequados. No caso de planear uma gravidez recomenda-se a descontinuação do tratamento com lítio.

Aleitamento: 
O lítio é excretado no leite materno pelo que a amamentação está contra-indicada.
Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas:
Não existem dados sobre o efeito do lítio na condução de veículos. No entanto, considerando os efeitos indesejáveis, deverá ter-se em atenção a influência negativa do lítio sobre a capacidade de reacção.


Farmacocinética / Farmacodinâmica

Propriedades Farmacodinâmicas:
Como com muitos outros fármacos bem conhecidos, o lítio tem um papel terapêutico baseado na observação empírica da sua eficácia clínica. Contudo, existe alguma evidência experimental de que o lítio pode modular as respostas neuronais e hormonais através da sua interacção com o segundo mensageiro (sistema do AMP cíclico e fosfoinositídico). 
Assim, julga-se que o aumento da actividade serotoninérgicapode ser responsável pela sua eficácia clínica na depressão e que asinteracções colinérgicas e dopaminérgicas podem estar relacionadas com os efeitos antimaníacos.




Propriedades Farmacocinéticas:

O lítio é rápida e quase completamente absorvido a nível do tracto gastrointestinal, com uma Tmax de 2 a 3 horas. O estado de equilíbrio da concentração de lítio é obtido em 4 a 6 dias
Na circulação sistémica, o lítio é inicialmente distribuído no líquido extra-celular e depois nos diferentes órgãos e tecidos. O volume de distribuição do lítio é 0,7 a 0,9 L/Kg. No estado de equilíbrio, as concentrações de lítio na circulação sistémica são, aproximadamente, duplas das encontradas nas células vermelhas e no líquido cerebrospinal.
Os iões lítio atravessam a placenta e também são excretados no leite materno.
O lítio não se liga às proteínas plasmáticas e não é metabolizado.
O lítio é excretado principalmente por via renal sendo que > 95% da eliminação do lítio é feita através dos rins e apenas pequenas quantidades foram detectadas nasfezes, saliva e suor. A “clearance” do lítio atinge cerca de 20 a 30% de “clearance” da creatinina (80% do lítio total filtrado é reabsorvido no túbulo renal proximal). 
Nos doentes que iniciam tratamento com lítio a semi-vida é de cerca de 24 horas, embora a semi-vida de eliminação aumente nos indivíduos idosos e nos insuficientes renais.
            Quando se pára o tratamento e de acordo com a semi-vida de eliminação, 99% do lítio é eliminado ao fim de 7 a 10 dias.